sábado, 28 de julho de 2012

lousa mágica


Seja poetinha em mim. 
Declame cada verso de acordo com o meu fechar de olhos e dançar dos cílios. 
Deixa-se ser prosa nos meus ouvidos. 
Canta sem som, canta corpo, entrega corpo, esqueça corpo, apeteça corpo, desapega corpo. 

Poetinha, transcreve tuas lágrimas para o braile e deixa-me lê-las com o tato dos meus lábios cálidos(?)(.) 

Sem caneta nem penas, sem giz ou lápis. 
Sem borracha, corretivo ou outra folha. 
Sem métricas nem rimas. 
Sem pensar que É e sem deixar de Ser por pensar que não o É. 

Do fundo, do musgo, das solas: poetinha. 
Dos banheiros e cativeiros: porta-voz. 

Sem saber falar, sem falar por saber que escreve: poetinha. 

Faz sentimento dançar e rolar feito criança no parquinho
Faz como neném faz pintura a dedo: retratando-se
Faz que fazendo talvez faça sentido ser poetinha d'um âmago só:
 o (Ser) par.


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