Não entendo...
Talvez não entenda nada.
Talvez não tenha a capacidade de enxergar a beleza.
Você ficou boneca.
Uma bailarina.
Fala comigo.
E aparece de novo.
O que fazes por aqui?
O que fazes?
Estou cá, brotanto. Tal como tu. E tenho dito!
É só boneca? Não tem um Nome?
Boneca é meu nome. Ao menos até que eu seja batizada.
Quando você nasceu?
Eu nasci nas mazelas.
Nasci como forma de ser doce-essência. Sem jorrar. Sem gritar.
Em silêncio.
Boneca. Boneca silenciosa.
Talvez Encaracoladinha não consiga entender. Ou talvez assuste-se demais com tamanha beleza. Talvez nem esse talvez seja correto. É simplesmente o que ela vê e o que ela é. Diz-me: - Não te conheço, menina. Muito mais mistério, muito mais segredo que eu pensava. Ao pensar que estou descobrindo os meus mais ocultos ou pensando em descobrir para você, a balança treme, o chão não pousa. Que língua é essa que de repente eu não entendo?! Que olhos são esses que pintam outra cor?! Que boca é essa que escurece?! Quem é?! É boneca? É personagem? Talvez eu não seja daqui, Marinheira.
Sou estrangeira.
Sou fora.
Sou dentro.
Mas não estou aqui.
Estou desconjuntada.
Mas sou só uma boneca!
Uma doce - e talvez um pouco triste - boneca. De pano! De linha. De trapos. Algodão e tintas. Não temas Encaracolada.
Nem de porcelana, nem de plástico.
Apenas Boneca.
Alves do Céu! Que texto mais belo! Eu super imaginei você encenando isso. Proclamando de peito aberto todo esse peso, essa dúvida... Essa essência.
ResponderExcluirBoneca de pano, linda. ♥